Américo Brasiliense, uma doçura de cidade
“Cidade Doçura”, como é conhecido o município de Américo Brasiliense fica na região central do estado de São Paulo. A cidade leva esse título devido à atividade canavieira predominar no município, sendo essa a principal fonte da economia.
Américo está localizada numa região estratégica, de fácil escoamento de produtos, próxima a grandes centros como Araraquara (7km), São Carlos(57km), Ribeirão Preto (80km), São José do Rio Preto (180km) e da Capital (260km).
Nela estão instalados importantes expoentes de saúde, como o Hospital Estadual de Américo Brasiliense (HEAB) que atende pacientes de toda a micro-região de Araraquara e também a Fábrica de Remédios do Governo do Estado (Furp), que exportará medicamentos para outros países, evidenciando o nome da cidade internacionalmente.
Em 21 de março de 1965 foi emancipada do município de Araraquara. Sua população de quase 35 mil habitantes — segundo o CENSO 2010 — é bastante miscigenada, pois recebe até hoje famílias de estados como Bahia, Piauí e Maranhão que chegam em Américo para trabalhar nas usinas de cana-de-açúcar.
Geografia
O município de Américo Brasiliense possuí área territorial de 123,429 km², localiza-se na região central do Estado de São Paulo, tendo como cidades limítrofes, Araraquara, São Carlos e Santa Lúcia. Suas coordenadas geográficas são, o paralelo de 21º04’L.S. e o meridiano de 48º 7’L.W.
Clima
O clima é do tipo subtropical, com temperaturas médias anuais de 22°C, com inverno ameno, sendo raro o fenômeno da geada. Chuvas (1.250 mm) bem distribuídas durante o ano, sendo abundantes no verão e pequena a pluviosidade no inverno, derivada das intermitentes frente fria que passam pela região nessa estação.
Hidrografia
O município de Américo Brasiliense é um dos mais ricos em minas de água do estado de São Paulo; no total são 25 nascentes.
Relevo
A cidade está situada no Planalto Ocidental Paulista, desfrutando de uma suave topografia, com altitudes médias em torno de 700 metros, permitindo um fácil escoamento das águas pluviais, portanto, livre de enchentes.
Economia
Agroindústrias
A atividade canavieira predomina no município, sendo esta a maior fonte da economia da cidade. Localizada no município, a Usina Santa Cruz está entre as 15 maiores usinas do país, considerando-se o volume de cana moída e atende ao mercado nacional e internacional de açúcar e álcool e seus subprodutos energéticos.
Indústrias
Inaugurara em julho de 2009 pelo governo do Estado de São Paulo, a Fundação para o Remédio Popular (FURP), que será responsável pela fabricação de 294 milhões de unidades de medicamentos por mês, está incluindo Américo Brasiliense no cenário da indústria internacional, na medida em que parte dos medicamentos aqui fabricados serão destinados a atender o mercado internacional.
Além da produção, a nova unidade vai priorizar a embalagem dos remédios em dose unitária com o objetivo de baratear ainda mais o preço. Na iniciativa privada, também existem inúmeras indústrias alocadas na cidade. Um exemplo é a multinacional norte-americana Whitford — que atua no desenvolve e fabricação de revestimentos antiaderentes —, cuja sede sul-americanda está sediada em Américo Brasiliense
O início da nossa cidade
Há ouro no Mato Grosso
No século XVIII, a província de São Paulo dividia-se em duas regiões. A margem esquerda do rio Piracicaba, ao sul do Estado, uma região agrícola e povoada; e com a descoberta das minas de ouro em Cuiabá, Mato Grosso, no início do mesmo século, começou a ocupação das terras na margem direita do rio, ou seja: a região norte, tida como um grande sertão.
A distância contribuiu para que esta região ficasse por um longo tempo isolada e habitada somente por índios. Mas, como ela era o caminho às minas de ouro da região central do país, despertou-na o interesse de aventureiros. Os primeiros contatos entre “brancos” e índios não foram documentados. O reconhecimento de grupos indígenas que ocuparam a região é bastante obscuro.
Existem afirmações de que o povoamento da região ocorreu de forma violenta. Segundo tese defendida pelo sociólogo, Florestan Fernandes, há três hipóteses com relação à reação do índio diante da invasão branca: primeiro, preservando a autonomia tribal por meios violentos, expulsando o branco; segundo, passivamente tornando-se “aliado” ou “escravo”; e, terceiro, em defesa da autonomia tribal o índio teria se deslocado para áreas onde o branco não pudesse exercer um domínio efetivo.
Ao que tudo indica, sendo a região muito pobre, a segunda hipótese é a mais provável devido ao tipo de economia que havia: plantações de feijão, de mandioca e de milho; utilização do mel, da cera e outros. Então, a dominação do branco imposta pela violência elimina qualquer possibilidade de uma colonização passiva.
Final do século 18, os primeiros habitantes
Até meado do século XX, a história de Américo Brasiliense confundia-se com a de Araraquara. Em 1790 chega à região Pedro José Neto. Da freguesia de Piedade da Borba do Campo, atual Barbacena, Minas Gerais, onde se casou e morou por vários anos, Pedro muda para a Vila de Itu, em 1780. Austero tornou-se Capitão-mor da vila. Adquiriu diversos inimigos pelo seu jeito intolerável de governar. Em 1790, na agitada política local, acabou agredindo um de seus adversários durante uma discussão. Foi processado e condenado. Conseguiu fugir para os sertões de Araraquara.
Primeiro homem a chegar na região foi dono das sesmarias que originaram o povoado de Américo Brasiliense – Rancho Queimado e Cruzes – e também, das sesmarias de Ouro, Lajeado, Cambuhy, Monte Alegre e Bonfim.
Os aventureiros e mineradores foram se estabelecendo na região. A pobreza os deixou desiludidos, bem como as dificuldades de ligação com as minas de ouro do Mato Grosso. A região quase ficou a esmo .
Livre de cuidados e interesses de autoridades competentes, os sertões de Araraquara passou a ter como principal características à atração de refugiados políticos e pessoas perseguidas pela polícia. Este fato foi deduzido pelos constantes pedidos de proteção policial feitos pelos primeiros moradores que aqui se estabeleceram.
Afastada dos grandes centros povoados e desenvolvidos, a região viveu de uma economia de subsistência e um pastoreio insignificante. As zonas povoadas mais próximas faziam trocas de produtos e compras de gados.
As primeiras famílias do povoado
Com a criação da freguesia São Bento de Araraquara, em 1817, originária na sesmaria do Ouro, entre 1830 e 1860 houve a expansão do pastoreio em direção aos rios Grande e Moji-Guaçu. Daí iniciou-se a lavoura de cana. Com um número grande de imigrantes chegando à região houve vários conflitos por terras.
Os foragidos e aventureiros que aqui chegaram – com a ausência da lei e a tensão e a defesa da terra, levou muitos sesmeiros a fazer a sua própria justiça. Por outro lado, era necessário evitar a saída de mão-de-obra, valorizada pela alta da cana, para não haver prejuízo e atraso no desenvolvimento agrícola.
Foi nessa euforia que, em 1854, chegaram as primeiras famílias no povoado: a família de Germano Xavier de Mendonça, seguidas pela Martimiano de Oliveira, se estabelecendo nas sesmarias de Rancho Queimado e de Cruzes, respectivamente. Mais tarde, as famílias de Manoel Antonio Borba e do coronel Américo de Toledo Pizza.
O nome ao povoado de Américo Brasiliense foi dado por Manoel Antonio Borba, homenageando seu amigo republicano, Américo Brasiliense de Almeida e Mello.
Américo Brasiliense: um governo em transição
Nascido em Sorocaba, São Paulo, em 08 de agosto de 1833 e faleceu no Rio de Janeiro, no antigo Estado da Guanabara, em 25 de março de 1896.
Após formar-se em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1855, defendeu tese em doutorado em 1860. Seguiu para Sorocaba, onde exerceu advocacia e iniciou sua carreira política. Foi vereador em São Paulo, deputado provincial e geral, presidente da Paraíba (1866), do Rio de Janeiro (em 1868), e de São Paulo (em 1891, já no regime republicano), ministro do Supremo Tribunal Federal. Recusou o Ministério da Fazenda e exerceu pleno poder em Lisboa. Ajudou a elaborar a primeira Constituição brasileira, em 1891. Viveu todo o período da história brasileira que relata a passagem do sistema monárquico para o republicano. Com vários amigos, fundou a Loja América – pertencente à maçonaria e fórum de propaganda republicana e abolicionista. Escreveu várias teses acadêmicas.
Já no regime republicano, quando era governador do Estado de São Paulo, fez um governo divergente. O jornal anarquista “O Estado de S. Paulo”, fazia oposição ferrenha à Américo Brasiliense. Num dos artigos publicados no dia 15 de dezembro de 1891, o jornal ataca severamente o governador. Era um período que viria retratar, mais tarde, as manifestações políticas e culturais que influenciaram o Brasil.
A revolução
Como tínhamos noticiado no nosso ultimo número, rebentou a revolução legalista em muitos municípios do Estado de S. Paulo. As populações sublevadas depõem as intendências officiais do governo criminoso do Dr. Américo e declaram-se em revolta permanente até que esse traidor de S. Paulo limpe o palacio de sua presença.
O Sr.º Americo Brasiliense não quiz sair do governo somente manchado de lama: quis sair tambem manchado de sangue.
Nem ao menos lhe aproveitou o eloquente exemplo do governador do Estado do Rio de Janeiro que, cheio de arrogancia e enchendo Nicteroy de batalhões e de bravatas, teve afinal de sair apupado pela opinião do brioso e heróico povo fluminense! (…)
Não se aniquilla por uma ação de idiota toda a história de um estado como o nosso. O Sr.º Americo Brasiliense foi deposto de fato pela opinião manifestada de grande parte dos municipios de S. Paulo. (…).
Américo Brasiliense
O Drº. Americo Brasiliense de Almeida e Mello, que até ontem foi presidente do Estado de S. Paulo, fugiu hoje pela manhã do palacio do presidencia, deixando um officio ao Major Castello Branco, em que declarava entregar-lhe o governo, por se ele o inspector geral dos corpos da polícia do estado.
Invasão
Hoje, o povo, indignado com as selvagerias praticadas contra o “Correio” reuniu-se em frente à federação e, apesar dos exforços do Drº. Bueno de Andrada, invadiram as officinas daquela folha e empastelou-se.
Enterro
O Drº. Cerqueira Cezar, presidente do estado, acompanhará hoje o enterro do infeliz operario Biattener, vítima do tiroteio em frente ao escritório do “Correio Paulistano”.
(Texto extraído na íntegra do jornal “O Estado de São Paulo”, 15 de dezembro de 1891, p. 10)
Família Xavier de Mendonça e o julgamento dos Britos
Talvez essa tenha sido a principal família, da segunda metade do século 19, no povoado. A sua influência em toda a região são marcadas por uma fase de poder e domínio. Donos das terras que originaram os povoados de Américo Brasiliense, a família de Germano Xavier de Mendonça marcou sua história também na política.
Nascido em 11 de abril de 1811, em São João Del Rei, Minas Gerais, Germano casou-se com Luciana Maria Machado, em 1839, em Pouso Alegre, também naquele Estado. Muda-se para Brotas, São Paulo, em 1845. Depois de nove anos, em 1854, compra a sesmaria de Rancho Queimado, de Veridiana Duarte Novaes, freira do Convento de Itu. Morou ainda na fazenda Anhumas. Exerceu cargo de vereador na Câmara Municipal, entre 1861 e 1864. Morre em 4 de dezembro de 1878. Deixa os seguintes filhos: Honória de Mendonça Arruda, Clementino Xavier de Mendonça, Lucrecia Xavier Borba, José Xavier de Mendonça, Maria José de Mendonça Leite e Germano Xavier de Mendonça.
Apesar da morte do principal homem do clã, a família deixou herdeiros. Entre eles, Germano o filho. Ele foi um dos principais articuladores do julgamento do famoso caso dos Britos, ocorrido em Araraquara, no final do século 19.
O progresso e a miséria no povoado
Depois de quase 40 anos da chegada das primeiras famílias ao povoado, vem a ferrovia. Em 1892, foi um grande marco para a economia local. O principal meio de transporte, construído em sua grande parte pelos “barões do café”, integra a economia do povoado com as demais regiões do Estado.
A fazenda Etrúria, de propriedade de Vicente Puchanti, produzia frutas para exportação. Ao lado do café, os produtos hortifrutigranjeiros era uma das principais economia. Embora, com problemas de saneamento básico, o povoado caminhava para a “bela época”. Em 1895, com a notícia de que a epidemia de febre amarela havia atingido a Araraquara, estabeleceu-se um pânico generalizado à população vizinha, que começou a se refugiar nas fazendas e povoados próximos.
Nesse período parte considerável da população deslocou-se para Américo Brasiliense, inclusive os órgãos administrativos. Da comarca até câmara e cartórios. Nesse período, foram construídos casas, bancos, cartórios, escritórios de advocacias, empresa telefônica e casas comerciais.
A transferência da Comarca foi homologada em 07 de novembro de 1895, pelo governador do Estado, Bernardino de Campos. Somente em julho do ano seguinte a comarca retornaria para Araraquara. Apesar de toda essa euforia, segundo relatos feitos pela Secretaria do Interior ao governador do Estado, em 15 de março de 1897, conforme menciona o livro “Poder Local na República Velha”, e Rodolpho Tellarolli, a situação sanitária do povoado era caótica:
“cercado como está, de grande quantidade de lixo, será inevitavelmente assaltada que por febres paludosas, quer por outras quaisquer, logo que as matérias líquidas e sólidas que existem em abundância encontrem nas condições cósmicas o fator indispensável a sua evaporação e a sua decomposição pútrida”.
Em 1897, a política da região encontrava-se a flor da pele. O linchamento de Rosendo de Brito e o seu tio Manoel, ocorrido na missa de sétimo dia da morte de Antônio Joaquim da Carvalho, alardeou a vida pública de Araraquara para toda o Brasil. Um crime que ainda deixa marcas na história.
Com o boato de uma possível epidemia de febre amarela, toda a Comarca de Araraquara foi transferida novamente para Américo Brasiliense, em meados de 1897. A transferência tinha como propósito, segundo a imprensa da época, de facilitar a absolvição dos réus. Foi nesse “pesadelo” que a Fazenda Paraíso começa a ser uma das principais atenções do caso. O seu dono, Germano Xavier de Mendonça, o braço direito da família Carvalho, que representava o triunfo inestimável para a defesa dos réus, hospedou ali todo júri do caso.
A bela época no início de século 20
Em 1914, designado como Distrito Policial, Américo Brasiliense tinha 90 casas, duas escolas, ruas alinhadas e arborizadas, luz elétrica e água encanada. Havia também farmácia, relojoaria, hotéis e restaurantes, padaria, cervejaria, barbearia, alfaiataria, armeiro, sapataria, celaria, ferrarias, açougues, fábrica de sanfona e de cadeiras, casa lotérica, casa de máquina de moer café e arroz, vários armazéns de secos e molhados, casa de louças e tecidos, médicos e dentistas.
As três principais ruas do distrito eram a avenida da Saudade, hoje Tereza Marsili; a Manoel Borba; e a rua Botafogo, hoje Nove de Julho. Esta última rua era o lugar onde os trabalhadores se encontravam nos finais de tarde para o tradicional bate-papo, acompanhado por bebidas alcoólica, que em algumas vezes se desentendiam entre si.
Luís Dosualdo, recém-chegado ao povoado, construiu na rua Nove de Julho um moinho de fubá e uma casa de conserto de armas de fogo. Não demorou muito para o moinho se transformar numa das maiores fábricas da região, empregando mais de 80 pessoas. Ainda nessa época, a grande maioria dos moradores do povoado residiam nas fazendas e sítios das proximidades. Impulsionado pelo cafeicultura e a expansão do transporte ferroviário, muitos imigrantes ainda continuavam à chegar, principalmente italianos.
Em 1921, imigrantes italianos fundaram o Americano, time de futebol mais antigo da região. O campo de futebol ficava entre o velho prédio da atual Metalúrgica Brasiliense e do Fórum. As origens da cores do time foi inspirada nas cores da bandeira italiana. Jogadores como José Galli (centroavante), Carlos Bortolli, Victor Zilioli e outros fizeram parte da primeira equipe.
Em 20 de novembro de 1922, Américo Brasiliense se transforma em Distrito de Paz de Araraquara, de acordo com a lei 1878, no então governo de Washington Luiz P. de Souza, governador do Estado.
O Theatro Apollo
A grande arte que simbolizou o século 20, o cinema chegou em Américo Brasiliense no período conhecido como a “bela época”, influenciado no movimento francês belle époque. O Theatro Apollo, de Arthur Marsili, construído ao lado do grupo escolar, no modesto restaurante do Bepe (apelido do idealizador do teatro cujo nome não foi encontrado), era ponto de encontro de famílias, de namorados e da juventude. O primeiro filme a ser exibido foi A Deusa do Sertão, em 1926. A pianola (um modelo de piano tocado automaticamente, por meio de um aparelho, para acompanhamento musical dos filmes “mudos” ) era manipulada por Carlos Abi-Jaudi (Carlitão, como era conhecido) e Américo Roncalli(conhecido como Ameriquim), mais tarde, foi dono do Cine São José, ao lado da praça Pedro de Toledo.
A queda da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, pôs fim a esta época. A crise cafeeira atingiu o país. As fazendas transformaram-se em pastagens. Muitas famílias imigraram para outras regiões. Nos anos seguintes, uma nova cultura iria prevalecer na região: a cana-de-açúcar.
Da cana-de-açúcar à emancipação
Com a crise do café, Algo precisava ser feito para garantir a continuidade histórica de Américo Brasiliense. Assim, através da família Pavan, em 1947, instala-se no município uma usina de açúcar na Fazenda Santa Cruz.
Esta Usina, sem dúvida, foi a grande responsável pela continuidade histórica de Américo e por sua expansão territorial urbana, a qual em decorrência da atividade desenvolvida propiciou ao nosso município o titulo de “Cidade Doçura”. Até hoje na nossa cidade predomina a atividade canavieira, esta como principal sustentação econômica.
Com a construção do Hospital Sanatório “Nestor Goulart Reis”, em 1950, no então governo de Adhemar de Barros, o distrito começa a delinear a sua independência.
O crescimento é significativo e começa um novo ciclo de imigração. Atraídos pelo grande desenvolvimento econômico do interior do Estado, com a cana-de-açúcar, muitos imigrantes de outras regiões do país chegam à região. No final de década de 50 começa a desencadear os rumores de autonomia política e administrativa do distrito.
Apenas algumas famílias eram contrárias a independência do distrito. Com uma economia sustentável, o processo era irreversível e ganhava força com as autonomias conseguidas pelas cidades vizinhas de Rincão e Santa Lúcia.
Depois de muitas reuniões com autoridades e algumas lideranças, o movimento criou força e em 1963 foi realizado o plebiscito entre os moradores. A vitória do “sim” foi quase unânime. Em 1964, dois candidatos a prefeito concorrem as primeiras eleições. Antônio Pavan e Elias Leme da Costa vencem a primeira eleição de Américo Brasiliense derrotando José Galli e Antônio Furlan. Começa então uma nova era na história do recém-município.
Durante a campanha das primeiras eleições municipais, o candidato à vereador pelo MDB (partido conhecido como ManDa Brasa), Júlio de Arruda, citou durante um dos comícios a denominação “Cidade Doçura”. Até hoje, este termo identifica a cidade.
No prédio onde funcionava o Grupo Escolar “João Baptista Pereira de Almeida”, passara a ser sede da Prefeitura e da Câmara.
Emancipação político-administrativa
No início da década de 60 os políticos da época lutavam pela emancipação político – administrativa do município, nomes como o de Caetano Nigro, Paulo Abi-Jaudi, Salvador Carmen Romania, secundo Della Rovere, João Alves Carneiro, João Onofre, Aroldo Bombo, Antonio Pavan, Novenio Pavan, Benedito Nicolau de Marino e demais.
Através do deputado Federal PACHECO CHAVES, foi encaminhado à Assembléia Legislativa Estadual toda documentação necessária a realização do plebiscito, que teve aprovação unanime da população, hoje ameriliense.
Para a realização do plebiscito as secções de votação foram divididas em três.
Mesas do Plebiscito
Secção A – Membros: Antonio Furlan, Carlos Abi Jaudi, Edson e Carlos Bortoli Filho | Secção B – Membros: Geraldo Furlan, Flavio Barbieri, Homero Nigro , Aroldo Furquim e Ítalo Della Rovere |
Secção C – Membros: Marcos Giroto, Mario Dosualdo, Percio Gabriel e Secondo Della Rovere |
*Seções coordenadas por Célia Della Rovere designado pelo juiz eleitoral.
Confirmação do Plebiscito
Após a confirmação (em 1963) de que o distrito se tornaria município, a população saiu as ruas para comemoração de um dos marcos de maior relevância na vida desta cidade.
Em 21 de março de 1965, foi instalado, sob a presidência do Senhor Doutor Francisco Loffredo Junior, Meritíssimo Juiz de Direito da 1ª Vara e Diretor do Forum da Comarca de Araraquara, o municípío de Américo Brasiliense. com o seguinte discurso:
“Na forma da lei e de acordo com o rito previsto, tendo em ira a salvaguarda jurídica dos intêresses do Povo, o resguardo da tradição histórica da Nação e a solidariedade que deve unir todos os brasileiros em tôrno dos ideais superiores de uma Pátria una e universal, bem organizada para defender-se, culta e progressista para fazer a felicidade dos seus filhos, eu Francisco Loffredo Júnior, Juiz de Direito da 1.º Vara e Diretor do Fórum da Comarca de Araraquara, `a qual pertence o Distrito hoje Município de Américo Brasiliense no uso pleno das atribuições e da autoridade que me conferem as Leis da República e do Estado de São Paulo, em nome do Governo do Estado, declaro e proclama instalado, para todos os fins e efeitos, no quadro territorial desta unidade da Federação Brasileira, segundo o disposto nas Leis Estaduais números 8050 e 8092, respectivamente, de 31 de dezembro de 1963 e 28 de fevereiro de 1964, o Município de Américo Brasiliense que tem por sede esta localidade e que ora, ainda por este ato, recebe os Foros da cidade. Assim fique registrado na história da Pátria e do Estado, para conhecimento de todos os brasileiros e de todos os Paulistas e perpétua lembrança das gerações vindouras”.
(Discurso retirado da ata da sessão solene da instalação do município de Américo Brasiliense na Comarca de Araraquara)
Depois da instalação, Antônio Pavan e Elias Leme da Costa tomaram posses, como também os vereadores Antônio Barbieri, Benedicto Nicolau de Marino, Carlos Abi-Jaudi, Emygdio Storani, José Paulino, Luís Franciscatto, Salvador Carmen Romania e Secondo Della Rovere.
Em 22 de agosto de 1967, morre Elias Leme da Costa. Em 08 de janeiro de 1969, os vereadores Emygdio Storani e José Paulino são depostos por falta.
Americano – uma história e grandes conquistas
Em 1959, a vibrante atuação da Ferroviária no Campeonato Paulista, levou muitos torcedores de outros times a inclinarem-se por ela. Em São Paulo, um movimento liderado por Ignácio de Loyola Brandão, então já com prestígio nas áreas jornalísticas e intelectuais, converteu gente como o poeta Guilherme de Almeida à torcida da Ferroviária. Muitos, entretanto, desconheciam o fato de que, nos anos 20, uma equipe araraquarense, o Americano já fazia parte da história do futebol brasileiro. O Americano foi o primeiro time de futebol de Araraquara. Entre seus jogadores, um deles estava destinado a fazer uma justa, mas brilhante
carreira no futebol, Luiz Bento Palamone. Mais tarde, médico, também famoso, Palamone chegou a integrar a seleção brasileira.
Outro célebre defensor do Americano foi o goleiro Vico, filho de José Reusing, dono do antigo Hotel D’Oeste e primeiro arrendatário do Hotel Municipal. Vico morreu numa noite de carnaval, atingido por um tiro acidental, quando divertia-se com os amigos. Contava-se que suas últimas palavras foram estas: “Adeus, meus amigos”.
(Texto exposto na Casa da Cultura, de Araraquara, com tema “Memória de Araraquara” )
No dia 14 de agosto de 1953, conforme a Ata da Sessão, reuniram-se diretores da Associação Ferroviária de Esportes e Americano Futebol Clube, à rua Nove de Julho, no prédio do Cine São José para finalizar a fusão entre as duas agremiações. O presidente do Americano Elias Leme da Costa juntamente com os diretores José Camargo de Toledo Piza, Vito Barbieri, Caetano Nigro Sobrinho, Francisco Neves, Joaquim Justo e Carlos Abi-Jaudi, estavam presentes. Conforme alguns trechos retirados da Ata, ficou determinado o seguinte:
1.ª – A “Associação Ferroviária de Esportes” dará o seu nome ao novo clube surgido da fusão, desaparecendo, conseqüentemente, o do “Americano Futebol Clube”;
2.ª – A “Associação Ferroviária de Esportes”, resultante da fusão de que trata a cláusula primeira, assumirá todo o ativo e o passivo das agremiações que desapareceram;
3.ª – Até que, em assembléia geral, sejam aprovados os estatutos da nova agremiação, esta se regerá pelos estatutos da atual “Associação Ferroviária de Esportes”;
Continuando:
Procedida a votação nominal, responderam “sim” a todos os cinco itens lidos todos os presentes.
Declarou, então o Sr. Presidente que estava, de pleno direito e para os efeitos, unanimemente aprovada a fusão entre a Associação Ferroviária de Esportes e o Americano Futebol Clube, resultando dessa fusão a agremiação denominada “Associação Ferroviária de Esportes”, que continuará com o todo o acervo e os direitos legais das associações ora extintas, principalmente aquele do Americano F.C., inscrito na Federação Paulista de Futebol desde 1.943, de disputar o campeonato da 2.ª Divisão de profissionais, pois é certo que o Americano F.C., com a presente fusão, transfere à nova agremiação esse direito.
Ato contínuo, e sob uma salva de palmas, foram empossados os membros da Diretoria provisória da “Associação Ferroviária de Esportes”.
Em 1954, renasce o Americano
Depois de quatro meses da fusão com a Ferroviária, alguns esportistas de Américo Brasiliense se reuniram novamente, no salão do Cine São José, para fundar uma nova associação de esportes em substituição Americano Futebol Clube.
Ao iniciar a reunião, em 05 de janeiro de 1954, Elias Leme da Costa, que foi indicado por Benedito Nicolau de Marino e com o apoio de todos os presentes presidiu a sessão.
O primeiro item colocado em pauta foi a denominação do clube. Segundo Elias Leme para alguns credenciados da Liga Araraquarense de Futebol (LAF), não havia nenhum impedimento para que o nome do extinto Americano fosse também o nome dessa nova agremiação.
Em seguida formou-se duas comissões: uma para elaboração do Estatuto Social, composta por Joaquim Justo, Vito Barbieri, Francisco Neves, Miguel Ângelo Imbriani e Antônio Barbieri; e outra para dirigir provisoriamente composta por Elias Leme da Costa, presidente, e Vito Barbieri, secretário.
Estavam presentes nessa reunião além dos membros das comissões mencionadas acima, os Srs.: Tércio Della Rovere, José de Camargo Toledo Piza, Dorival Barbieri, Bazílio Quadrado, Geraldo Furlan, Salvador Romania, Jurandyr Bortollo, Antônio Pavan, Caetano Treve, Carlos Bortolli Filho, Erne Della Rovere, Bento Vieira, Luiz Rosa de Lima, Carlos Della Rovere, Evaristo Zen, Luiz Romania, Francisco Amaral, Ítalo Della Rovere, José Romania, José Roncalli, Augusto de Souza, Carlos Abi-Jaudi, Ernesto Tavares Carrilo, Achille Bortolli, Mário Coelho da Silva, Paschoal Antônio Nocce, Paulo Abi-Jaudi, Segundo Della Rovere, Rubens B. Leme Costa, João B. M. Ferraz, Rafael Festa, João Alves Carneiro, Antônio Cammarozano, Marcos Ginotti, Constantino Lahz e Deolindo Gibotti.
Desta data até os anos 90, o Americano deu muitas alegrias para a cidade. Importantes conquistas como os vários regionais amadores e, principalmente, o terceiro lugar na Copa Arizona, realizada em 1974, com mais de mil equipes de São Paulo e Paraná.
Uma cidade próspera e promissora
Depois de conquistar a autonomia política, Américo Brasiliense cresceu significativamente em todos os setores sociais. Com uma população estagnada até início da década de 80, girando em torno de 12 mil moradores, em 20 anos sua população mais que dobrou. Hoje, são quase 35 mil moradores (senso 2010).
A área de educação o índice de analfabetismo é quase que zero. Todas as escolas estão informatizadas. Todas as crianças são atendidas em creches do município. Na saúde foi construído recentemente uma unidade de saúde para atender toda a comunidade. Toda população é atendida com rede de água e esgoto. As vias do município são de fácil acesso.
Depois de ter passado por uma crise econômica, afetando vários setores de sua economia, em meados da década de 90, hoje o município se recupera e é um dos mais promissores de nossa região.
Américo Brasiliense de Almeida Melo (*1833 †1896) – político brasileiro
Américo Brasiliense de Almeida e Melo nasceu em Sorocaba/SP, a 8 de agosto de 1833 e morreu no Rio de Janeiro, Guanabara em 25 de março de 1896. político, jurisconsulto e escritor brasileiro. Abolicionista e republicano. Um dos fundadores da Loja América (organização similar à Maçonaria).
Diplomado em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1855, recebeu o grau de doutor em 1860. Exerceu a advocacia por algum tempo e desempenhou as funções de juiz municipal e de órfãos, em Itapeva. Engressou no Partido Republicano, deixando de lado sua tendência conservadora. Deputado provincial várias vezes, foi nomeado presidente da Paraíba, permanecendo no cargo de 4 de novembro de 1866 até 31 de outubro de 1867. nesse mesmo ano assumiu uma cadeira na Assembléia Geral. A 10 de março de 1968 assumiu o Governo do Rio de Janeiro, mantendo-se durante 4 meses no posto. Com Luis da Gama, Américo de Campos e outros fundou a Loja América, cuja orientação de certa forma, tinha por base princípios maçônicos. O objetivo dessa entidade estava voltado inteiramente à campanha abolicionista e à divulgação dos ideais republicanos. A partir de 1888 passou a lecionar na Faculdade de Direito de São Paulo. Proclamada a República, teve participação na comissão encarregada de elaborar o projeto da nova constituição. No período de 1891-1892 governou São Paulo. Em 1891 recusou convite para ocupar o Ministério da Fazenda. Em 1894 foi nomeado ministro do Supremo Tribunal. Sua obra versa principalmente, sobre assuntos jurídicos, políticos e históricos: “Os Programas dos Partidos e o Segundo Império”; “Elogios aos Paulistas”; “Exposição de História Pátria”; “Lições de História Pátria”; “Jornal de Terentilho Arsa”.
Biografia: DBU – Dicionário Biográfico Universal Três – Volume I – Pág. 63
Homenagem
A denominação da cidade de Américo Brasiliense foi idealizada pelo Sr.º Manoel Antonio Borba, que na ocasião fez a indicação que foi levada através de um deputado a apreciação da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, que aprovou por unanimidade.
DADOS IMPORTANTES
Américo Brasiliense está localizada numa região estratégica, de fácil escoamento de produtos, próxima a
grandes centros como Araraquara (7km), São Carlos(57km), Ribeirão Preto (80km), São José do
Rio Preto (180km) e da Capital (260km).
Possuí área territorial de 123,429 km², localiza-se na região central do
Estado de São Paulo, fazendo divisa com Araraquara, São Carlos e Santa Lúcia.
O nosso clima é subtropical, com temperaturas médias anuais de 22°C, nossa cidade é uma das
cidades mais ricas em minas de água do estado de São Paulo; no total são 25 nascentes.
Estamos situados no Planalto Ocidental Paulista, desfrutando de uma suave topografia, com
altitudes médias em torno de 700 metros, permitindo um fácil escoamento das águas pluviais.
Em Américo Brasiliense estão instalados importantes expoentes de saúde, como o Hospital Estadual de Américo
Brasiliense (HEAB) que atende pacientes de toda a micro-região de Araraquara e também a
Fábrica de Remédios do Governo do Estado (Furp), que exportará medicamentos para outros
países, evidenciando o nome da cidade internacionalmente.
Lei nº 143/1971 de 10 de Fevereiro de 1971
Dispõe sobre a forma e a apresentação dos símbolos do Município de Américo Brasiliense e dá outras providências.
O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE AMÉRICO BRASILIENSE, Estado de São Paulo, de acordo com o que decretou a Câmara Municipal em sessão ordinária de 05 de fevereiro de 1971, promulga a seguinte Lei:
CAPITULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Artigo 1º – São símbolos do Município de Américo Brasiliense, de conformidade com o disposto no Parágrafo 3º do Artigo 1º da Constituição Federal:
a) O Brasão Municipal;
b) A Bandeira Municipal;
c) O Hino Municipal.
CAPITULO II
DA FORMA DOS SÍMBOLOS MUNICIPAIS
Secção I
Dos Símbolos em Geral
Artigo 2º – Consideram-se padrões dos símbolos do Município de Américo Brasiliense, os exemplares confeccionados nos termos e dispositivos da presente Lei.
Artigo 3º – No Gabinete do Prefeito, na Diretoria Geral da Câmara Municipal e no Departamento de Educação e Cultura, serão conservados exemplares padrões dos símbolos municipais, no sentido de servirem de modelo obrigatório para a respectiva confecção, constituindo-se em elemento de confronto para comprovação dos exemplares destinados a apresentação, procedam ou não, de iniciativa particular.
Artigo 4º – A confecção da Bandeira Municipal somente será executada mediante determinação dos Poderes Legislativo ou Executivo Municipal e com a autorização especial escrita, quando a confecção for executada por conta de terceiros;
Parágrafo 1º – De forma idêntica proceder-se-á com o Hino Municipal, cuja autorização deverá conter a assinatura e data do despacho do Prefeito Municipal ou do Presidente da Câmara, ou seus delegados competentes.
Parágrafo 2º – É vedada a colocação de qualquer identificação sobre a Bandeira e o Brasão Municipal.
Parágrafo 3º – É proibida a reprodução, tanto do Brasão como da Bandeira Municipal, para servirem de propaganda política ou comercial.
Artigo 5º – Em qualquer reprodução feita por conta de terceiros, da Bandeira ou do Brasão de Armas Municipal, com autorização especial, o beneficiário deverá fazer prova da peça, reproduzida, com o arquivamento de um exemplar no Departamento competente da Prefeitura Municipal, que exercerá fiscalização e a observância dos módulos, cores e palavras.
Parágrafo Único – Não se aplica á Bandeira Municipal a exigência anterior, cuja apresentação será feita após a sua confecção, para simples verificação e registro no Livro competente.
Secção II
Da Bandeira Municipal
Artigo 6º – A Bandeira Municipal de Américo Brasiliense, de autoria do heraldista prof. Arcinoe Antonio Peixoto de Faria da Enciclopédia, Heráldica Municipalista, será esquartelada em faixa, sendo os quartéis, de azul constituído por três faixas amarelas carregadas de sobre faixas vermelhas, paralelas que partem de um triângulo amarelo firmado na tralha, onde o brasão municipal é aplicado.
Parágrafo 1º – O estilo da Bandeira obedece a tradição da heráldica portuguesa, da qual herdamos os cânones e regras, as bandeiras municipais devem obedecer aos estilos oitavado, sextavado, esquartelado ou terciado, tendo por cores as mesmas constantes do campo do escudo do Brasão, sendo este aplicado em uma figura geométrica na Bandeira, firmada ao centro ou na tralha.
Parágrafo 2º – O Brasão, representa na Bandeira o Governo municipal e o triângulo amarelo onde é aplicado simboliza a própria cidade sede do município; as faixas que partem desta figura geométrica dividindo a Bandeira em quartéis, simbolizam a irradiação do poder municipal a todos os quadrantes de seu território e as partições assim constituídas, as propriedades rurais existentes no mesmo.
Artigo 7º – De conformidade com as regras heráldicas, a Bandeira municipal terá as dimensões oficiais adotadas para a Bandeira Nacional, levando-se em consideração 14 (quatorze) módulos de altura da tralha por 20 (vinte) módulos de cumprimento do retângulo; a distância modular do vértice do triângulo da tralha aos bordos da Bandeira será de 12 (doze) módulos; a das faixas será de 1,5 módulos dividida em três partes iguais, de tal forma que a sobre faixa terá 0,5 módulo de largura.
Parágrafo Único – A Bandeira Municipal poderá ser reproduzida em bandeirolas de papel nas comemorações de efemérides, observando-se sempre, os módulos de cores heráldicas.
Artigo 8º – No Gabinete do Prefeito será mantido um livro para registro de todas as Bandeiras municipais mandadas confeccionar, que seja por conta do município, quer sejam por conta de terceiros com autorização especial, determinado-se as datas, estabelecimentos, para as quais foram destinadas, bem como todo e qualquer ato relacionado ás mesmas.
Parágrafo Único – Preferencialmente, a inauguração de uma bandeira deverá ser efetuada em solenidade cívica, podendo ser designado um padrinho e madrinha, benção especial, seguindo-se o hasteamento com execução de marcha batida ou Hino Nacional ou Municipal, para em seguida proceder-se ao juramento feito pelos padrinhos (podendo ser acompanhado por todos os presentes) que, prestando a continência civil (mão direita espalmada sobre o coração), versando nas seguintes palavras: “JURO HONRAR, AMAR E DEFENDER OS SÍMBOLOS MUNICIPAIS DE AMÉRICO BRASILIENSE, E LUTAR PELO ENGRANDECIMENTO DESTA CIDADE, COM LEALDADE E PERSEVERANÇA”, o acontecimento será consignado em ata, conforme determinado neste Artigo.
Artigo 9º – As Bandeiras velhas ou rôtas, serão incineradas de conformidade com o disposto no artigo 33 do Decreto Lei nº 4.545 de 31 de julho de 1942, registrando-se o fato no livro competente.
Parágrafo Único – Não será incinerada, mas recolhida ao Museu Histórico Municipal, o exemplar da Bandeira Municipal ao qual esteja ligado fato de relevante significado histórico do município, como no caso da primeira bandeira municipal inaugurada após a sua instituição.
Artigo 10º – A Bandeira Municipal deve ser hasteada de sol a sol, sendo permitido o seu uso á noite, uma vez que se encontre convenientemente iluminada, normalmente, far-se-á o hasteamento ás 8:00 horas e o arreamento às 18:00 horas.
Parágrafo 1º – Quando a Bandeira Municipal é hasteada em conjunto com a Bandeira Nacional, estará disposta á esquerda desta, se a bandeira Estadual for também hasteada, ficará a Nacional ao centro, ladeada pela Municipal á esquerda e a Estadual á direita, colocando-se a Nacional em plano superior ás demais.
Parágrafo 2º – Quando a Bandeira Municipal é distendida sem mastro, em rua ou praça, entre edifícios ou em portas, será colocada ao comprido, de modo que o lado maior do retângulo esteja em sentido horizontal e a coroa mural voltada para cima.
Parágrafo 3º – Quando aparecer em sala ou salão, por motivo de reuniões, conferências ou solenidades, ficará a Bandeira Municipal distendida ao longo da parede, por trás da cadeira da presidência, ou do local da tribuna, sempre acima da cabeça do respectivo ocupante, observando-se o disposto no parágrafo 1º deste artigo, quando colocada em conjunto com as Bandeiras Nacional e Estadual.
Artigo 11º – A Bandeira Municipal deve ser hasteada obrigatoriamente nas repartições e próprios municipais, nos estabelecimentos de ensino públicos e particulares, nas instituições particulares de assistência, letras, artes, ciências e desportos:
a) nos dias de festa ou luto Municipal, Estadual ou Nacional;
b) diariamente na fachada dos edifícios séde dos Poderes Legislativo e Executivo Municipal, isoladamente em dias de expediente comum e em conjunto com as Bandeiras Estadual e Nacional em datas festivas;
c) na fachada do Edifício séde do Poder Executivo, será a Bandeira Municipal hasteada isoladamente em dias de expediente comum sempre que estiver presente o Chefe do Executivo, sendo recolhida na ausência deste.
d) na fachada do edifício séde do Poder Legislativo, em dias de sessão.
Artigo 12º – Em funeral, para o hasteamento, será levada ao topo do mastro, antes de ser baixada ao meio mastro, e subirá novamente ao topo, antes do arreamento, sempre que conduzida em marcha, o luto será indicado por um laço crepe atado junto a lança.
Parágrafo Único – Somente por determinação do Prefeito Municipal, será a Bandeira Municipal hasteada em funeral, não podendo ser, todavia, em dias feriados.
Artigo 13º – Quando distendida sobre equife mortuário de cidadão que tenha direito a esta homenagem, ficará a tralha do lado da cabeça do morto e a coroa mural do Brasão á direita, devendo ser retirada por ocasião do sepultamento.
Artigo 14º – Nos desfiles, a Bandeira Municipal contará com a guarda de honra, composta de seis pessoas, sendo uma porta-bandeira, seguindo á testa da coluna quando isolada ou precedida pelas Bandeiras Nacional e Estadual quando estas também estiverem concorrendo ao desfile.
Artigo 15º – Os estabelecimentos de ensino municipais, deverão manter a Bandeira Municipal em lugar de honra, quando não esteja hasteada, do mesmo modo procedendo-se com as Bandeiras Nacional e Estadual.
Artigo 16º – É terminantemente proibido o uso da Bandeira Municipal para servir de pano de mesa em solenidades, devendo obedecer o previsto no Parágrafo 3º do Artigo 10º da presente Lei.
Artigo 17º – É proibido o uso e hasteamento da Bandeira Municipal em locais considerados inconvenientes pelos Poderes competentes.
Secção III
Do Hino Municipal
Artigo 18º – Fica o Poder Executivo autorizado a contratar serviços de um compositor ou instituir concurso entre compositores para a escolha do Hino Municipal.
Parágrafo Único – A regulamentação do Hino Municipal obedecerá em princípio a presente Lei e o prescrito no Decreto Lei nº 4.545, de 31 de Julho de 1942, com relação ao Hino Nacional.
Secção IV
Do Brasão Municipal
Artigo 19º – O Brasão de Armas do Município de Américo Brasiliense, de autoria do heraldista Arcinoe Antonio Peixoto de Faria, é descrito nos seguintes termos heráldicos: “escudo sam-nítido encimado pela coroa mural de seis tôres de argente. Em campo de jalde, firma dos em chefe, á dextra, um escudete com as armas da Família Oliveira, de góles, com uma árvore de oliveira de sinopla com raízes de argente, tendo por timbre sobre virol de gíles e sinopla, a mesma oliveira, á sinistra um escudete com as armas da família Machado, de golés, com cinco achas de argentes em roquete, tendo por timbre, sobre virol de góles e argente, duas achas de argente entrecruzadas e enlaçadas de góles, firmada em uma ponta uma usina de góles com chaminés fumegantes de argente. Bordadura de bláu carregada de oito besantes de argentes. Como suportes, á dextra, galhos de café frutificados ao natural e á sinistra hastes de cana de açúcar, também ao natural, entrecruzadas em ponta, sobre as quais se sobrepõe um listel de góles contendo em letras argentinas o topônimo “Américo Brasiliense”e o slogan “Cidade Doçura” ladeados pelos milésimos “1854 e 1965”.
Parágrafo 1º – O Brasão descrito neste Artigo em termos heráldicos, tem a seguinte interpretação simbólica:
a) O escudo sam-nítido, usado para representar o Brasão de Armas de Américo Brasiliense, foi o primeiro estilo de escudo introduzido em Portugal por influência Francesa, herdado pela heráldica brasileira como evocativo da raça colonizadora e principal formadora da nossa nacionalidade.
b) A coroa mural que o sobrepõe é o símbolo universal dos brasões de domínio que, sendo argente (prata), de seis torres, das quais apenas quatro são visíveis em perspectivas no desenho, classifica a cidade representada na terceira grandeza, ou seja, sede de Município.
c) O metal jalde (ouro) do campo do escudo, simboliza em heráldica a glória, esplendor, riqueza, grandeza e soberania.
d) Os escudetes em chefe (parte superior do escudo) lembram no brasão as famílias pioneiras, os Xavier Machado e Manoel Martimiano de Oliveira que, nos idos de 1854 escolheram uma região encravada nas Sesmarias de Cruzes e Rancho Queimado para início da extensa e promissora lavoura de café, grande riqueza natural daquele tempo, cujo desenvolvimento propiciou o início do povoado.
e) A cor de góles (vermelho) é o símbolo da dedicação amor pátrio, audácia, intrepidez, coragem, valentia. O metal argente (prata) tem o significado de paz, amizade, trabalho, prosperidade de pureza, a cor sinopla (verde) é hieróglifo de honra, civilidade, cortesia, abundância, alegria, é a cor simbólica da esperança, e a esperança é verde porque alude aos campos verdejantes na primavera, fazendo “esperar” copiosa colheita.
f) Em ponta, a usina de góles (vermelho) com chaminés fumegantes de argente (prata), lembra no Brasão as indústrias implantadas no Município, notadamente a indústria açucareira que lhe valeu o cognome de “Cidade Doçura”.
g) A bordadura é o símbolo de favor e proteção e os besantes simbolizam a fortuna; a cor bláu (azul) é símbolo de justiça, nobreza, perseverança, zelo e lealdade. Em conjunto, significa que, através de trabalho eficaz e realizador, da perseverança, zelo e lealdade do povo de Américo Brasiliense, a cidade cresce e se agiganta em um progresso constante.
h) Nos ornamentos exteriores, os galhos de café frutificados ao natural e as hastes de cana de açúcar, lembram os principais produtos oriundos da terra dadivosa e fértil, e, no listel de góles (vermelho), em letras argentinas (prateadas) inscreve-se o topônimo identificador “Américo Brasiliense” e o slogan “Cidade Doçura”, ladeados pelos milésimos “1854” de sua fundação e “1965” de sua emancipação política.
Parágrafo 2º – O Brasão de conformidade com as regras heráldicas, obedecerá em qualquer reprodução a construção modular de sete módulos de largura por oito de altura, tomados do escudo.
Artigo 20º – O Brasão será reproduzido em clichês, para timbrar a documentação oficial do município de Américo Brasiliense, com a representação icnográfica das cores, em conformidade com a Convenção Internacional, quando a impressão é feita a uma só cor e a obediência das cores heráldicas, quando a impressão é feita em policromia.
Artigo 21º – Objetivando a divulgação municipalista, o Brasão Municipal poderá ser reproduzido em decalcomanias, brasões de fachada, flâmulas, clichês, distintivos, medalhas e outros materiais, bom como apostos a objeto de arte, desde que, em qualquer reprodução, serem observados os módulos e cores heráldicas.
Artigo 22º – A critério dos Poderes Municipais, poderá ser instituída a Ordem Municipal do Brasão, para comenda aqueles que, de algum modo e sem injunções políticas, tenham merecido e justificado a honraria outorgada.
Parágrafo Único – Será a comenda constituída por medalhas de brasão, esmaltada em cores, ou fundida em metal – ouro ou prata – fixada em lapela com as cores municipais, acompanhada de Diploma da Ordem de “Comendador da Ordem Municipal do Brasão”.
Artigo 23º – Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogando as disposições em contrário.
Prefeitura Municipal de Américo Brasiliense, aos 10 (dez) dias do mês de Fevereiro de 1971 (mil, novecentos e setenta e um).
BENEDITO NICOLAU DE MARINO
Prefeito Municipal
Publicada na Secretaria da Prefeitura Municipal da data supra.
ARMANDO FIORAVANTE ZANIOLO
Secretário
Registradas as folhas nºs 37,38,39,40,41 e 42 do livro nº 2 (dois)
PODER EXECUTIVO
Prefeito: DIRCEU BRÁS PANO
Partido: PSDB
Vice-prefeito: LUZIMAR ALVES DOS SANTOS (BAIANINHO)
Partido: PL
PODER LEGISLATIVO
VEREADOR: JOSÉ ROBERTO DE ANDRADE – PRESIDENTE
VEREADOR: SILAS FERNANDES PINTO – VICE- PRESIDENTE
VEREADORA: ZELIA DO CARMO GRACINDO – 1º SECRETÁRIO
VEREADOR – VALDEIR BEZERRA DA SILVA – 2º SECRETÁRIO
VEREADORES:-
ALCIDES LUÍS CARVALHO
ALDEVAM LIMA ARAÚJO
DIEGO RODRIGUES DE SOUZA
JOSÉ MÁRIO SILVA DOS ANJOS
JOSÉ ROBERTO DE ANDRADE
LEANDRO HENRIQUE MORALLES
MAICON RIOS DE SOUZA
MARLY LUZIA HELD PAVÃO
ROBERTO RODRIGUES JOB
O município de Américo Brasiliense possuí área territorial de 123,429 km², localiza-se na região central do Estado de São Paulo, tendo como cidades limítrofes, Araraquara, São Carlos e Santa Lúcia. Suas coordenadas geográficas são, o paralelo de 21º04’L.S. e o meridiano de 48º 7’L.W.
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